AC/DC leva fãs ao delírio em São Paulo

Os deuses do rock ajudaram fazendo com que a chuva parasse. Apesar do trânsito, mais caótico que o normal, foi possível chegar a tempo. E a locomotiva do AC/DC levou os fãs ao delírio com a apresentação na sexta-feira à noite (27), no estádio do Morumbi, em São Paulo.
Os brasileiros, que esgotaram boa parte dos cerca de 65 mil ingressos colocados à venda praticamente nas primeiras 24 horas, tiveram apenas uma oportunidade de conferir o show da turnê "Black Ice", após 13 anos de espera. Na Argentina, três noites foram agendadas. Mas todo o nervosismo enfrentado para conseguir uma chance de ver Angus Young e companhia valeu a pena.
Com um encontro de gerações na platéia, entre quarentões e jovens de 20 e poucos anos dividindo a paixão pela música, a banda trouxe ao país uma apresentação digna de um bom mega-show, com telões em alta resolução e um cenário repleto de alegorias do rock, com direito a chifres, um trem, uma boneca inflável gigante e fogos artificiais ao final. O grupo subiu ao palco às 21h35, e durante duas horas intercalou músicas do álbum "Black Ice" (2008) com todos os hits mais importantes da carreira. Após começar com "Rock'n roll Train", do último disco, a banda tocou dois dos primeiros clássicos que estavam por vir, "Hell Ain't a Bad Place to Be"- de "Let There Be Rock" (1977) - e "Back in Black", do disco homônimo de 1980. Apesar de o show ser baseado na boa e velha sacanagem do rock - mulheres, sexo e tudo mais que couber no inferno -, a banda é de um profissionalismo atroz, desses que só três décadas de experiência podem proporcionar. O vocalista Brian Johnson troca poucas palavras com a plateia, falando mais pelos gestos enquanto canta. Malcolm Young (guitarra), Cliff Williams (baixo) e Phil Rudd (bateria) ficam na sua e se preocupam em dar conta do som. E Angus Young se comunica por meio de sua inseparável e imortal Gibson SG.
Depois de mandar clássicos como "Thunderstruck", "The Jack" - na qual fez um striptease e ficou apenas de bermuda -, "You Shook me All Night Long" e "T.N.T.", o guitarrista emendou um solo digno do Olimpo em "Let There Be Rock". Angus se joga no chão, corre pela plataforma anexa ao palco e faz o público vibrar sem soltar uma única palavra. Tudo se resume à sua Gibson.
No bis, "Highway to Hell" faz jus aos chifrinhos vermelhos que brilham por toda a arquibancada e na testa do guitarrista. "For Those About to Rock (We Salute You)" encerra a noite enquanto canhões estouram ao fundo. Para quem gosta de rock, realmente não há nada melhor.

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